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A
estrutura familiar moderna tem levado a uma diminuição do tempo de interação
entre pais e filhos, empurrando os pais para um sistema de auto cobrança e
culpas sem fim, ao mesmo tempo que fazem cada vez mais exigências às
crianças, podendo gerar maior ansiedade e estresse.
É muito
importante que os pais estejam atentos às situações de estresse a que seus
filhos ficam expostos. Tais situações devem ser necessariamente proporcionais
à habilidade, à maturidade, ao estágio de desenvolvimento e à resistência da
criança.
O que é o estresse infantil?
O estresse
em geral é uma reação do organismo diante de situações ou muito difíceis ou
muito excitantes, que podem ocorrer em qualquer pessoa, independentemente de
idade, raça, sexo ou situação sócio-econômica.
Em
períodos de estresse, a harmonia do organismo fica afetada e cada órgão passa
a trabalhar em ritmo diferente dos demais. Se esse estado se prolongar por
muito tempo, há uma quebra do equilíbrio interior e um enfraquecimento do
organismo e, consequentemente, a manifestação de sintomas e doenças. O
estresse infantil é pouquíssimo conhecido, sendo bastante difícil encontrar
pesquisas sobre o assunto, tanto no Brasil como no exterior.
Fontes de estresse infantil
Pesquisas
revelam que o estresse na criança pode estar relacionado a fatores internos e
externos, da mesma forma que ocorre com o adulto.
Os fatores
internos referem-se às características de personalidade, pensamentos e
atitudes da criança, diante de várias situações que ela precisa enfrentar na
vida. Assim sendo, o estresse pode ser criado por ela própria, de acordo com
sua maneira de perceber a si e o mundo ao seu redor.
As fontes
internas de estresse na criança são: ansiedade, depressão, timidez, desejo de
agradar, medo do fracasso e de punição divina, preocupação com mudanças
físicas, dúvidas quanto à própria inteligência, interpretações amedrontadoras
de eventos simples ou mesmo medo de ser ridicularizada por amigos.
Já as
fontes externas de estresse na criança são devidas às mudanças significativas
ou constantes, responsabilidades e atividades (o miniexecutivo) em demasia,
brigas ou separação dos pais, morte na família - principalmente de pais ou
irmãos-exigência ou rejeição por parte dos colegas, disciplina confusa por
parte dos pais, nascimento de irmão, doença e hospitalização, troca de
professora ou de escola, pais ou professores estressados, medo de pai
alcoólatra e até doença mental dos pais.
Atitudes dos pais que
podem prevenir o estresse infantil.
Primeiramente,
os pais precisam cuidar do seu próprio estresse, para servirem de modelo para
os filhos. Se diante de "situações problema", os pais agirem com
muita ansiedade, os filhos terão a tendência de repetir os mesmos padrões de
comportamento.
Atitudes
positivas que envolvam a paciência, o prazer, a alegria de estar com a
criança, a aceitação e a forma simples e realista de encarar os desafios do
dia a dia, podem incentivar a criança a resolver os problemas e desenvolver a
sua auto-estima.
É preciso
ouvir a criança, não sobrecarregando-a com atividades extracurriculares;
escutar com seriedade o que ela tem para dizer sobre o assunto e procurar
oferecer atividades que sejam do seu agrado.
Respeitar
o ritmo da criança e não fazer comparações - os irmãos são diferentes quanto
ao seu ritmo de dormir, comer, aprender, socializar-se e até de caminhar -
mesmo que os pais tenham outro modo de agir, também é uma ação indispensável,
assim como a escolha cuidadosa da escola em que irá frequentar. É preciso
ouvir com atenção as queixas da criança, pois ela pode estar vivendo um
problema de fato.
Em caso de
conflitos conjugais, é fundamental evitar o envolvimento das crianças, pois
muitas vezes elas acabam por se sentirem responsáveis pela situação. Contudo,
é muito importante que não se poupe a criança em demasia; uma criança
excessivamente poupada não tem chances de se preparar para o mundo de hoje.
Estimular
sua independência é algo fundamental, contanto que se respeite sua etapa de
desenvolvimento natural.
Os pais
devem evitar que seus filhos acreditem que só são valorizados e amados se
tiverem um desempenho perfeito em tudo que fazem. Quanto a esse aspecto, o
que tenho observado na clínica é que um dos principais causadores de estresse
em crianças é a grande preocupação delas em corresponder às expectativas de
sucesso dos seus pais. Desse modo, não atribuem valor à pessoa que são, mas
por aquilo que fazem.
Por fim,
acredito que os cuidados dos pais com o controle do estresse infantil,
juntamente com todos os profissionais que estão envolvidos com a educação das
crianças, possa levar a uma sociedade mais produtiva, mais feliz e mais bem
adaptada.
Trechos do artigo: "Os pais podem prevenir o estresse
de seus filhos" - Dra.
Monica Mlynarz
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quarta-feira, 1 de agosto de 2012
Stresse Infantil
Conversando com a Família
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