As birras nada mais são do que
explosões de raiva e outros
sentimentos da criança, muito comuns
na faixa etária entre 1 a 3 anos, porém,
podem ocorrer em alguns casos até os
6 anos de idade.
Biologicamente, as birras
correspondem a descargas de
adrenalina e cortisol liberadas pelo
cérebro. Isso ocorre porque a criança
ainda é incapaz de inibir os impulsos de
seu comportamento. Assim, situações
potencialmente estressantes como
fome, exaustão, cansaço, frustração,
exposição a ambiente muito barulhento
ou com muita gente levam a essas
descargas hormonais.
Mais do que uma simples reação ao ambiente, as birras demonstram positivamente que a criança está começando a desenvolver sua personalidade a partir da expressão de sua vontade. Elas indicam o início da contestação, por parte dos pequenos, das regras e limites impostos pelos adultos.
Portanto, é muito comum elas se manifestarem quando a criança, no momento, já não quer mais
comer aquele biscoito, não quer trocar de roupa ou deseja desesperadamente um chocolate. E para
conseguirem o que querem, choram, gritam, esperneiam, rolam no chão e o que mais for preciso para chamar a atenção dos adultos.
Porém, que atento a alguns tipos de birra. Se elas se tornaram muito frequentes nos últimos tempos e não fazem parte do comportamento habitual da criança, vale a pena investigar o motivo
com mais afinco.
Essa situação pode estar associada a algum tipo de problema que seu lho está enfrentando. Um
lactente facilm ente irritadiço, por exemplo, pode estar apresentando intolerância à lactose. Já em escolares, vale a pena investigar como andam as relações de seu lho na escola, pois a causa das
birras frequentes pode ser o re exo de algum bullying que ela esteja sofrendo.
COMO OS PAIS DEVEM REAGIR?
Os pais podem reagir de forma variada à birra
dos filhos, de acordo com as experiências
acumuladas ao longo dos anos. Porém,
podemos identi car ao menos duas formas
diferentes de reação: a permissiva e a punitiva.
Alguns pais — talvez devido à pouca
experiência na criação dos filhos — se sentem
impotentes diante desse mau comportamento
dos pequenos. Isso ocorre principalmente
com aquelas birras homéricas em público, que
acabam por deixar os pais constrangidos.
Sendo assim, acabam por ceder à vontade
dos lhos naquele momento. É a chamada
“educação permissiva” a qual deixa a criança
por conta própria.
Esse tipo de atitude pode tornar os lhos mimados, com grandes chances de se tornarem adultos com
dificuldade de lidarem com frustrações.
Há pais que não conseguem controlar suas próprias emoções diante de uma birra e acabam
explodindo de raiva, assim como a criança.
Com isso, muitos punem as crianças de forma exagerada e, consequentemente, criam filhos cada vez
mais desafiadores ou até mesmo introspectivos — por medo do castigo dos pais.
COMO LIDAR COM A BIRRA DE MANEIRA SAUDÁVEL?
Há alguns pais que optam por simplesmente ignorarem a criança que está fazendo birra. Isso porque
conseguem controlar suas emoções. Assim, começam a se afastar no momento da cena. Na maioria
das vezes a criança vai parar de chorar e espernear e irá atrás dos pais por medo de car sozinha.
De acordo com o psiquiatra e educador Içami Tiba, para que as crianças parem a birra elas precisam
perder a segurança na hora. “Se ela se sente insegura, muda. A criança fica preocupada se os pais a deixam”.
Basicamente, a atitude dos pais diante de uma cena dramática do filho deve ser firme , no entanto, não
deixar de ser acolhedora também. Assim, inicialmente, o ideal é manter-se indiferente diante da birra.
Após o episódio, acolha a criança no colo — ou converse na altura dela — explicando que esse tipo de
comportamento não fará ela conseguir o que deseja.
Também há outras atitudes efetivas que você pode tomar de imediato. Dependendo da situação,
distrair a criança pode ser uma boa estratégia para acabar com a birra. Isso pode fazer com que ela esqueça o motivo pelo qual está fazendo o escândalo, sendo eficaz principalmente em locais públicos.
Você também pode comparar a criança com outras pessoas ao redor. Ao mostrar que apenas ele está gritando e chorando, o pequeno toma consciência dos outros e se acalma. Isso faz com que ele se ajuste ao ambiente ao redor.
E quanto a dar castigos? É válido? Se forem proporcionais, de forma que não prejudiquem o
desenvolvimento da criança, constituem outra maneira saudável de lidar com as birras. Para isso, o
tempo de punição deve ser adequado à idade. Por exemplo, para uma criança de 2 anos, 10 minutos de
castigo já basta.
Por último e não menos importante, utilize medidas socioemocionais — de acordo com a teoria da
Escola de Inteligência — para controlar esses episódios de explosão de raiva das crianças. Por exemplo,
procure gerenciar as situações de estresse que seu filho está passando e que desencadeia a birra.
Para isso, conversar com ele após o episódio é essencial. Além disso, tenha empatia pela criança,
procurando compreender a situação que está provocando a raiva no pequeno.
Postado por CrisMelo, em 20/06/17
Artigo retirado da Escola da Inteligência, de Augusto Cury
Postado por CrisMelo, em 20/06/17
Artigo retirado da Escola da Inteligência, de Augusto Cury
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